Formação e Competências para a Transição Verde

O Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (CEDEFOP) publicou um documento sobre a Transição Verde. O Ensino e Formação Profissional, dizem, pode fornecer as competências necessárias para empregos ecológicos e, por sua vez, ajudar a moldá-los.

O Cedefop é apenas um dos muitos organismos internacionais que preveem que a transição para uma economia verde não está apenas intrinsecamente interligada com a digitalização, mas conduzirá a mudanças dramáticas no mercado de trabalho com novas competências necessárias em todos os setores e profissões. Os programas de aprendizagem são vistos como uma forma fundamental de proporcionar tais competências.

Um cenário de previsão de competências do Cedefop prevê um forte crescimento do emprego em setores como o abastecimento de água, gestão de resíduos e construção. “Até ao final da década”, dizem, “só no setor da energia, serão criados quase 200.000 postos de trabalho”. Espera-se que a procura de novas competências, e o declínio de empregos no setor “castanho” possa aliviar a polarização do mercado de trabalho entre empregos de gama alta e baixa da escala de qualificação e também provocar uma melhor representação de género.

Contudo, apesar da crescente atenção às competências para empregos verdes, continua a haver uma compreensão limitada do que são essas competências e mesmo do que é um emprego verde. A atenção tende a concentrar-se em novas inovações, por exemplo, nas tecnologias eólicas. Mas na realidade, o maior impacto será na mudança e nas competências adicionais necessárias nos empregos existentes. Estas são mais problemáticas de definir. Embora seja relativamente simples ver que muitos empregos exigirão novas competências transversais – por exemplo na utilização de tecnologia, competências de comunicação e logística -, é muito mais difícil definir novas competências técnicas que serão necessárias em diferentes profissões.

O Cedefop acredita que as regiões e cidades atuarão como centros para a transição verde e, de facto, parece haver em muitos países uma ênfase crescente na formação de competências liderada por organismos de parceria entre governos locais, empregadores, sindicatos e instituições de ensino a esse nível. O Cedefop, tal como a OCDE, está também a promover o papel dos programas de aprendizagem, vendo particularmente a importância da aprendizagem baseada no trabalho e a flexibilidade da aprendizagem na adaptação a práticas inovadoras para empregos ecológicos.

O projeto Career Pathways, financiado pelo programa Erasmus+, está a tentar desenvolver sistemas que possam identificar diferentes oportunidades de formação e percursos para aqueles que procuram mudar para novos empregos verdes, ou desenvolver as competências verdes que serão necessárias no futuro emprego.

CEDEFOP:
A Educação e Formação Profissional pode mesmo estimular a mudança social, promovendo a inovação em tecnologias, processos e produtos ecológicos, aprofundando, assim, a compreensão dos alunos sobre questões ambientais e, em última análise, reforçando o seu envolvimento cívico (8). O emergente movimento "greenfluencer" já mostra como a paixão pela promoção da sustentabilidade pode contribuir para a transformação verde das sociedades.